Era pra eu ter escrito essa história antes, no dia dos pais; mas sabe como é... às vezes, dá preguiça de fazer alguma coisa, mesmo aquelas que mais gostamos.
Bom, ultimamente meu pai fala que sente muito remorso de não ter sido aquele pai que leva os filhos na escola, brinca e é amoroso... Ele chorou muito, se sentiu culpado pelas surras que dava na gente de vez em quando... Infelizmente meu pai não foi realmente aquele pai presente, amoroso; ele estava no auge do alcoolismo, bebendo todos os dias e chegando em estado lamentável... Mas enfim, não é pra relembrar a minha infância péssima que eu resolvi escrever!
Remorso e culpa são sentimentos que incomodam tanto quanto um calo no pé, mas a cura pra ambos é diferente. Não é fácil. E meu pai tá sentindo isso, sentindo tudo o que causou em mim, na Fernanda e no Dani: toda a dor, mágoa, raiva etc. Nem posso imaginar o quanto deve doer nele olhar pras fotos do passado e pensar que podia ter feito diferente. Mas com certeza, dói mais que evitar uma conversa que poderia ter acabado com os meus fantasmas e me libertado pra viver um grande amor... Quantas coisas boas já perdi porque fiquei presa às minhas culpas, aos meus medos? E quantas mais eu vou perder enquanto não me permitir amar?
Nenhum comentário:
Postar um comentário