E de algumas coisas...

Palavras minhas, que talvez nunca serão ouvidas por quem eu quero que as ouça.
Ou que eu já disse, mas de outra forma.

Palavras que falam dos meus sentimentos e dos que estão próximos de mim.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Aos doze

Engraçado, hoje é dia 12 de julho.
Até essa hora, quase meia-noite, eu não lembrava que nesse dia você disse que não dava mais pra nós dois.
Isso já faz exatos treze anos. 
Por muito tempo, lembrei desse dia como se fosse hoje.
Eu ainda lembro de ter ido na sua casa pra te ver, e você simplesmente me rejeitou, foi rude comigo.
E aí eu fiquei sem entender nada, estava até com um presentinho pra você na bolsa (que depois de uns dias, joguei fora).
Logo depois saiu sem dizer nada, não me beijou nem disse tchau.
E eu continuei sem entender nada.
Lembro de quando resolvi ir pra casa e de repente, te encontrei com um amigo perto da passarela da Rocinha.
Decidi perguntar o que estava acontecendo e você me respondeu que não dava mais.
Que tudo estava acabado, que eu tinha mudado e fez logo questão de dizer que ela não tinha culpa de nada.
E eu tentava me explicar, mas nenhum dos meus argumentos te convenceu a me deixar ficar.
Acho que você não viu (ou não quis ver) que eu saí de lá chorando, desnorteada, sem querer voltar pra casa.
Eu morava em Ipanema, mas desci no Leblon e tive uma crise nervosa no meio da rua.
Fui atrás dela na escola pra pedir, implorar que ela deixasse você pra mim, mas não a achei.
Ainda bem, foi melhor assim...
Lembro de quando finalmente voltei pra casa, fingi estar bem.
Mas desde esse dia, só dormia e comia.
Na verdade, mais dormia do que comia.
Não queria mais acordar, achava que não tinha mais motivos pra acordar.
Eu não queria me matar, mas a vida já não fazia mais sentido.
Até repeti o último ano da escola, nada mais planejei pra minha vida, porque não quis mais ser feliz sem você.
Enquanto você ostentava sua felicidade por aí, mas isso aí já é outra história...
Pra terminar, eu lembro que quando lembro essas coisas, meu coração já não dói mais porque finalmente esqueci você.

FELIZ 12 DE JULHO!

Universo em desencanto (o meu)

Quando você resolveu terminar, o meu coração quase parou de bater.
Logo veio uma vontade de chorar e eu não entendi os seus motivos.
Começou a angústia e veio a dúvida sobre o que fazer da minha vida.
Fiz tantos planos pra nós e você desfez todos eles.
Não fiz mais nada na vida, a não ser esperar por você.
Os dias passaram, mas eu continuei a mesma por muitos anos.
Meu universo entrou em desencanto. Eu entrei em desencanto.
Eu achava que você gostava de mim e que nunca me faria mal.
Mal sabe você o estrago que causou na minha vida.
E a culpa foi minha de ter deixado você entrar na minha vida.
Você me bagunçou toda e agora não consigo me arrumar.
São muitos cacos pra recolher e jogar fora, porque não dá pra consertar o que foi quebrado.
E eu preciso jogar fora também as migalhas do seu amor, porque não quero me alimentar delas.
São poucas demais pra um coração faminto de amor como o meu.
Infelizmente você não é o meu poço dos desejos.
Eu não posso mais beber da sua fonte. 
Tudo bem, eu já morri de sede tantas vezes e voltei a viver a conta-gotas, meu bem.
O que é viver sem ser amada por um homem?
Ainda mais por alguém que ontem me jurou aos prantos estar apaixonado e hoje promete amor eterno a outra...
Talvez eu esteja sendo patética, dizendo coisas assim.
Mas, e daí se eu estou sendo patética?
Desde quando você se importa? Que eu saiba, você não deveria mais se importar...
Se é que algum dia você realmente se importava comigo...
Eu não acredito mais em você.
Eu não acredito que eu acreditei que poderia finalmente ser amada...

No escuro (quem eu era?)

Não me empurra que eu já tô na beira do abismo.
Nem venha me jogar sal nas minhas feridas.
Por favor, não me humilha mais dizendo que ela é melhor do que eu.
Não me faça sentir pior do que eu já me sinto, dizendo que ela é tudo que eu era antes de você me trair.
Aliás, me diz quem eu era antes de você me trair?
Porque hoje eu não sei quem eu era, a não ser uma menina apaixonada e abandonada por você.
Eu olho no espelho e diante dele está uma menina triste, assustada e mais uma vez, sozinha.
Sozinha como sempre, até porque a verdade é que eu nunca tive a sua companhia.
Ainda mais depois que você pôde ver o quanto posso não ser uma boa companhia.
Mas será que se eu tivesse te perdoado de verdade, seria evitado tanto sofrimento?
Quem garante que teríamos continuado juntos, apesar dela?
Eu hoje não sei se você realmente gostava.
Porque se gostasse, não teria me traído, não acha?
Eu tô sofrendo, minha cabeça tá confusa, tá doendo.
Pensei até em te trair pra me vingar, mas eu não consegui por causa desse meu maldito amor por você e também porque faltaram oportunidades.
Assim como também te faltou o arrependimento por ter me traído.
E me dói tanto saber que você não se arrepende...
Olha pra mim, não me julga porque eu não soube lidar com o mal que você me fez.
Eu estava apenas aprendendo a ser finalmente correspondida no amor.
Ou pelo menos, eu achava que era correspondida, né?
Bom, o que importa é que você não quis mais me ensinar a amar e me deixou sozinha no escuro da sala de aula.

Sobre você

Eu falo de você porque eu quero.
Porque eu ainda tenho muita coisa pra falar de você.
Porque você está longe e não pode ou não quer mais ouvir.
Pra você, eu sou agora uma voz a falar sozinha no deserto.
E talvez eu seja mesmo, porque eu falo, falo e você está distante demais pra ao menos dizer que eu tô errada no que eu digo.
Você não fala mais de mim porque não tem mais o que falar mesmo.
Faz uns dois ou três anos que a gente não se vê.
Aliás, na última vez você me viu, apertou minha mão, perguntou como eu estava e logo foi embora pro trabalho.
Nem pudemos conversar. Na verdade, nem sei se você queria conversar comigo.
Mas eu queria te ouvir, saber o que você pensa de verdade sobre mim.
Eu só queria saber a verdade, a sua verdade.
Afinal, eu tenho a minha e como eu já disse, muita gente acredita nela.
Mas acredite em mim, não quero te difamar nem te humilhar.
Mas eu tenho que confessar que interpretei muito bem o papel de vítima, não acha?
Poderia até ter ganhado o Oscar de melhor atriz, mas o único prêmio que eu quis eu não ganhei.
Desde que te conheci, seu amor era a única coisa que eu quis.
E no fundo, eu nunca tive porque você nunca pôde me dar.
E eu nunca mais vou chorar por isso.
O nosso tempo já passou e a minha lágrima já secou.

Faz tempo...