E de algumas coisas...

Palavras minhas, que talvez nunca serão ouvidas por quem eu quero que as ouça.
Ou que eu já disse, mas de outra forma.

Palavras que falam dos meus sentimentos e dos que estão próximos de mim.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Querida mamãe

Querida mamãe,

pra começar, eu tenho que dizer que amo você.
Mas a minha carta serve pra dizer também que tem sido difícil conviver com os meus erros nos últimos dez anos.
Apesar de que eu não acho que largar o colégio normal ou a faculdade de informática sejam um erro.
Eu simplesmente estou tentando achar um bom caminho e você tem razão quando diz que eu parei em 2000.
Eu tinha tantos planos, você se lembra?
Quando eu conheci aquele rapaz, sonhei tanto e de repente, parece que não acredito mais em sonhos.
Quando eu estava com ele, não pensava em mais nada na vida, só nele e em estar com ele.
E quando ele terminou, só queria que ele voltasse pra mim.

Mamãe, eu só escrevo tanta coisa na tentativa de ficar bem.
Aliás, tudo que eu fiz até agora foi na tentativa de ficar verdadeiramente bem.
Você sabia que eu sofria na escola?
Por muito tempo, apanhei, fui xingada e humilhada pelos meninos que me consideravam feia, pelas meninas que me consideravam boba e por ambos que me viam como doente mental.
Até alguns professores diziam que eu era burra e que não sabia fazer nada direito.

Na faculdade, eu sou apenas uma garota estranha, sem graça e sem vontade de estar lá.
Por favor, não me julgue mal por não querer ser publicitária, tá?
Eu sofro por não saber mais o que fazer da minha vida, mas eu estou tentando descobrir.
O que é certo até agora é que o Vetor me faz feliz, me faz sentir útil pra alguém, traz a realização que nenhuma faculdade me deu e me ajuda a me sentir de pé, de alguma forma.

Mas entenda: isso não quer dizer que estou completamente bem comigo!
Eu achei que iria morrer (literalmente) sem aquele rapaz!
Chorei, implorei, faltei aulas e nada adiantou.
Todas as minhas tentativas de esquecer ele foram frustradas!

Eu queria ter chorado minhas mágoas no seu ombro, mas você sempre estava cansada do trabalho (e está até hoje, né?) e eu não queria te estressar ainda mais com os meus problemas emocionais.
Eu agradeço a sua ajuda, mas eu sei que devo encontrar sozinha um caminho decente na vida e não culpar mais ninguém pelos meus fracassos.
Eu não quero mais me sentir tão assombrada pelo meu passado.
Sinto tanta raiva que dá vontade de chorar e sumir no mundo.
Também sinto dor no peito, nos ossos; meu corpo e minha alma doem o tempo todo, nem banho frio resolve.

É muita angústia pra uma pessoa só!
Tudo dói em mim, mas eu quero ficar curada, mãe. Só não sei por onde começar!
Eu lamento estar trazendo tanta preocupação com as minhas confusões particulares.
É por isso que eu não falo tão abertamente sobre mim pra você.
Pra que vou deixar você ainda mais triste comigo?

Eu sei que você lamenta por eu estar me deixando de lado, mas eu vou conseguir me livrar das minhas mágoas e ressentimentos.
Eu vou resolver tudo isso que está acontecendo comigo.
E eu prometo que um dia, vou te contar que finalmente fiz as pazes comigo e estou verdadeiramente feliz.

Pra terminar mãe, eu tenho que dizer que amo você!

2 comentários:

Doces Abobrinhas disse...

nossa... que blog diferente... um livro aberto hen.... historias de amor...ai ai..... bj doce e apareça nas abobrinhas

Unknown disse...

Lindas palavras, parabéns por seu blog.

Beijo